A crise no valioso mercado da proteína animal
A alta demanda do mercado de proteínas torna esse ramo um dos mais valiosos no setor alimentício. Veja como a crise tem afetado os lares brasileiros e o que podemos esperar para 2023
Produtos com origem animal fazem parte da nossa rotina e são diariamente consumidos nos lares brasileiros. A proteína animal, por exemplo, está presente em 98% das mesas Brasil afora, segundo pesquisa da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Apesar do grande consumo de proteína animal ou produtos de origem animal, estamos vivendo uma crise nesse mercado.
Os motivadores para essa crise são variáveis, dependendo da região. Aqui no Brasil, em grande parte, se dá pelo aumento da inflação, que afetou fortemente o mercado de alimentos e diminuiu o poder de compra da população, deixando uma proporção desigual entre oferta X demanda. Até mesmo o aumento no preço dos grãos (milho e soja, que são usados como ração), que compõem 70% dos custos do mercado de proteínas animais, contribuiu na crise. Esse aumento nos grãos se tornou significativo em 2021, somando mais da metade do valor do ano anterior, que já vinha demonstrando altas desde 2019. Isso não afeta o setor apenas na em sua produção, mas também na geração de empregos e economia do país.
A nível internacional, ainda podemos sofrer consequências da pandemia e influências da guerra na Ucrânia, alterando consideravelmente os valores de commodities, consequentemente alterando o custo de produção dos produtos de origem animal e proteína animal.
O ovo é um dos produtos de origem animal mais consumidos e também vem enfrentando uma crise, chegando a deixar as prateleiras vazias onde deveriam estar. Nos Estados Unidos a crise surgiu por conta de um surto de gripe aviária, que já matou mais de 50 milhões de aves pelo país. A doença viral também é um dos motivos para a crise dos ovos na Europa, porém com um agravante, a guerra entre Ucrânia e Rússia – que eleva os preços de grãos e energia elétrica.
Já na Nova Zelândia, a crise vem da ação de zerar a criação de aves em gaiolas. Esse é um processo gradual, que vem acontecendo desde 2012 e em 1º de janeiro de 2023, entrou em vigor a lei que proíbe a criação de galinhas poedeiras em gaiolas, elevando os custos de produção e não suprindo sua alta demanda.
É difícil que essa crise chegue ao Brasil, já que por aqui não temos o problema com a gripe aviária, mas é possível sofrermos – mais um pouco – com o aumento no preço dos ovos, devido a menor produção prevista para o ano de 2023 e também o foco das empresas em exportações. Essas considerações podem ser tomadas também para proteínas animais, já que a sua produção tem aumentado cada vez mais, sendo beneficiado pelas exportações aos países que tem sofrido com essa crise. O aumento dos preços também será sentido para esse setor.
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